Thunder Road
São sete horas da manhã
Com os olhos embaçados
Vejo a luz do dia pelas frestas da janela
Uma pressão no peito me maltrata
Quero ficar, mas sufoco o medo e ponho-me de pé
Pela casa circulo na rotina matinal
O banho, o café, o vestir-se
Ligo o rádio na esperança de alguma canção me acalentar
O peito ainda muito apertado
Sente o frio rasgante de hoje
Visto apenas uma fina camisa de mangas
Um casaco ajudaria, um abraço ainda mais
O seu abraço divinamente traria calor
Um calor que nem o café fervendo que bebo agora
Nem as inúmeras cobertas que me cobriram na noite me fez sentir
Meu peito angustiantemente me amarga
Inspiro e expiro profundamente na tentativa de aliviar
Dói, um tipo de dor que te aprisiona, te humilha
Olho lá fora por entre as árvores
E o que vejo é pouco mais que um esboço
Sento-me na surrada poltrona no canto da sala
Curvado com a cabeça quase ao chão
Subitamente uma energia traduzida pelo meu exteroceptor me toma
Os primeiros acordes de "Thunder Road" ressoam dentro de mim
É Bruce Springsteen no rádio, dizendo-me para se levantar e seguir
Abreijos
3 comentários:
Lindo!
A redenção do final mais bonita ainda!!
bjs
Dá até pra sentir o poema.
Lindo! E triste. E lindo... triste!
Como tudo na vida.
Beijo,
Janine.
É isso que mais gosto em você: a paixão.
Como sempre, escrevendo para sua paixão, com paixão.
Um forte abraço.
Hilário
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