quinta-feira, setembro 11, 2008

Hipoglicemia


Sentindo o ácido da estupidez
Gerado pela sonolência do raciocínio
Agora eu vejo o quanto é amargo
Agora eu sinto a distância que está daqui
Acometido por sudorose excessiva

A acidez vai mergulhando pelas entranhas
Se agarrando com unhas de gatos
A cada salivar amargo engolido
Perfurando o ventre, minando as forças
Restam tremores

Procurando encontrar a maneira de perpetuar
A tranquilidade no sorriso, a confiança no olhar
Andando a passos tão cambaleantes e incertos
Cometidos pelo baixo nível de açucar
Quase que rastejo pelas paredes
Amparando-me para não beijar o chão
E desfigurado nem ao espelho me reconhecer

Mas o olhar diluído, duplo, cíclico
Se volta para você oferecendo brilho
Almejando, o corpo que cai,
Cair em seus braços macios, porém, escorregadios
E do seu colo visceral
Vir a emergir desse coma latente
Restam uma fome aguda de amar



Abreijos
Sampa 24/01/1998


Vejo minha vida correndo sem parar
Tenho o mesmo dia e o mesmo paladar
Sinto que o vento não sopra em minha direção
Mas nadar contra a corrente é a minha vocação

O colorido destas roupas que me vestem
Camuflam a cor cinza de minh'alma
Devaneios estacionam em minha mente
E alucinam desejos de satisfação

Pela sua mão escorre o suor da ansiedade
O medo da falta de equilíbrio na decisão
Sinto não ser um Deus para lhe encaminhar
Mas a sua fé pode lhe trazer alívio

Tenha a alma aberta para suprir suas carências
O humor negativo não faz olhos brilharem
O grito sufocado faz envelhecer
E a miséria é a pobreza da alma


Abreijos

http://pwp.netcabo.pt/tnt/imagens%5CID.jpg


"Enquanto se espera que os nossos corações
sejam tocados pelo espetáculo da miséria humana,
pela brutalidade do egoísmo,
pelo sofrimento real irremissível dos nossos iguais,
filosofemos."

http://zeliafreire.blogspot.com/2007_10_01_archive.html


Abreijos
Marionetes (17/10/1997)


Vivemos em conflito
Vivemos em uma grande competição
No trabalho ou à procura de um trabalho
Carregamos sonhos ao amanhecer
Trazemos Decepções ao anoitecer

O pavio está curto
E a bomba prestes a explodir
Devemos andar alinhados
Sem olhar ou tocar uns aos outros
Marionetes deste inferno

Ferozes e agressivos como a um Leão
Atentos e amedrontados como a uma Gazela

Pare, perigo!
Pessoas armadas à espera de um alvo

Vivemos em distância
Vivemos com um grande egoísmo em nossas almas
Nas ruas ou em nossa casa
Esquecemos as palavras e a compreensão
Mas adoramos ignorar


Abreijos