segunda-feira, dezembro 06, 2010

SERES IMAGINÁRIOS

NOME: Zibelina, A Dama Onipresente

O QUE É OU QUEM É: A Ausência

Sua forma, cor, peso e humor diferem para cada momento.

Veste-se de mulher, toma forma de dinheiro, tem a importância da tranqüilidade, de inspiração, de risos e até de mim mesmo. Embora também tenha cheiro, cor, forma de solidão, tristeza, irritação e preguiça.

Filha do desejo e da necessidade. Sempre aparece quando seus pais passam para uma visita. Tem inúmeros parentes, como o ócio, a solidão e a euforia.

Às vezes traz bons fluídos, às vezes irrita, às vezes causa inércia. Mas sempre aparece, e quando isso ocorre, mesmo que discretamente, ela é percebida, sentida. E transforma, e provoca.

Anda lado a lado em minha vida pronta para sentar-se mesmo sem ser convidada.

Adora crises, sejam elas financeiras, emocionais ou espirituais. Também comparece em festas, casamentos e comemorações. Age no silêncio, mas costuma causar bastante barulho.

ZIBELINA

Zibelina não é bem uma companheira. Também não é uma convidada. Mas ela sempre aparece, sempre está por perto e não está.

Costuma trocar de roupa, de forma, de cor, de cheiro e de importância de um instante para outro.

Apesar de incômoda inúmeras vezes é bastante pertinente, tanto que sem ela não vivo. E aí ela está vestida de morte. Assusta, mas enquanto está nela não está em mim.

Nesta semana adorou me provocar. Durante os dias se coloriu de desperto e quando à noite, então, ia matar o sono ela o roubava e me deixava noites em claro. E claro que pela manhã eu estava tão irritado enquanto ela desfilava com minha camiseta calmaria.

Estou sempre tentando despistá-la, por vezes até a esqueço, mas Zibelina é perspicaz, persistente, sabe ser discreta e persuasiva quando quer. Tem uma capacidade de se diluir a ponto de há muito tomar forma de dinheiro, ter a importância do que traz dinheiro, o trabalho, e cheirar uma quietude saborosa. Enquanto inquieto eu passo os dias, sem dinheiro no bolso e pouco trabalho a me ocupar. Que peso hein?

Ultimamente nossa relação tem sido assim. E nem posso dizer que a culpa é dela ou que nunca é generosa.

Domingo à noite, por exemplo, estava muito feliz, me divertindo, cantando no show do Radiohead e em meio a 30 mil pessoas lá estava ela, apertadinha ao meu lado, como um balão, totalmente cheia de tristeza, ranço e calada. Vestindo a carapuça para manter aquela felicidade que me acometia.

Pensando bem, não dá para dizer que Zibelina é tendenciosa. Ela é uma dama muito equilibrada, tem dosagens para todos os tipos de sentimentos. E o excesso de cada um tem mais a ver com a forma como me sinto, quais as minhas necessidades e desejos.

Ela não manda em nada, apenas interage e responde. Ainda assim tem uma força e independência tremenda. Quando se enche de coragem me dá um medo danado.

E Zibelina é boa, boa demais quando fecha a cara num mau humor e me deixa risos e leveza. Quando exausta pára para descansar e me enche de energia.

O fato é que a percebo mais quando me rouba do que quando me dá. Quando me rouba, o que sobra é saudade, intranqüilidade, bolsos vazios, solidão, é a promessa não cumprida, o desejo não realizado. Mas quando me dá, ah quando me dá! É a noite dormida, o abraço apertado, o desejo saciado, o sorriso, o grito de gol.

Dinheiro? Bom, dinheiro já fica mais difícil. Nem Zibelina conseguiu se esquivar da crise econômica.

PEDROCLASH 27/03/2009.


Abreijos



sexta-feira, outubro 01, 2010

SERENO E SEMPRE

Caio uma
Caio duas
Caio três
Vezes infinitas cairei

Respiro
Observo
Enxergo
Levanto-me e continuo

Meu coração tem a força de meu nome
E minha mente quieta é capaz de muito


Abreijos


OBRIGADO, LINDA FLOR!

Como uma flor você desabrochou em meu coração
Dentro de mim fez-se um jardim colorido e perfumado
Todos os dias despejo gotas de amor em cada folha
Perpetuando o sabor, a beleza e o perfume

O meu corpo sorri, festeja
E o mundo assim, torna-se um mundo melhor


Abreijos


terça-feira, setembro 14, 2010

DO AMOR

Do amor eu quero muito pouco
Só o amor!


Abreijos

SECO

Preciso respirar um ar puro,
mais que puro um ar generoso e adocicado
Como algodão doce para o meu deleite

Aqui está seco, pesado, rançoso
alguns que respiram roubam o ar
e depois exalam uma amargura sem fim

Estou no meio de uma contaminação


Abreijos

sexta-feira, janeiro 08, 2010

QUANTO

Quantas palavras ditas
Quantas palavras por dizer
Quanto tempo, que tempo
Quanta saudade sentida
Quanto vontade contida
Quanto riso à espera
Quantas lágrimas caídas

Amanhã será um lindo dia
Mas e hoje?

Quantas certezas desnecessárias
Quantas dúvidas impertinentes
Quanta espera pelo que
Quantos momentos pela metade
Quanto desejo sufocado
Quanta alegria esvaída
Quanto tempo, tempo pra que

Amanhã será um lindo dia
Hoje eu construo

O amor é a única coisa que é
A única coisa que sei
O que trata o momento que antecede
O que valoriza o momento posterior
E o que garante o momento presente


Abreijos